O presidente russo, Vladimir Putin, visitou a Mongólia de 2 a 3 de setembro de 2024. A viagem marcou sua primeira visita a um país reconhecido pela ICC desde março de 2023 O TPI emitiu um mandado de prisão para Putin sob a acusação de crimes de guerra na Ucrânia
A Mongólia enfrenta um delicado equilíbrio entre a Rússia e a China. O país depende dos seus vizinhos poderosos para o comércio e a energia. A Rússia fornece 95% dos produtos petrolíferos da Mongólia e mais de 20% da sua electricidade.
Sem prender Putin, a Mongólia acolheu-o com todo o respeito. Um guarda cerimonial a cavalo cumprimentou o líder russo Ulan Bator. Putin reuniu-se com o presidente da Mongólia, Ukhnagin Khurelsukh, para discutir relações bilaterais e cooperação energética.
A visita coincidiu com o 85º aniversário da vitória conjunta soviético-mongol sobre o Japão. Este contexto histórico proporcionou um cenário apropriado para a missão diplomática de Putin. Contudo, o significado da viagem vai além da memória de alianças passadas.
A presença de Putin na Mongólia serve múltiplos propósitos estratégicos. Isto mostra a sua capacidade de viajar internacionalmente, apesar das tentativas de isolamento ocidental. A visita também visa aumentar a influência da Rússia na Ásia em meio às sanções ocidentais.
A cooperação energética ocupou o centro das atenções durante as negociações. Ambos os líderes discutiram o projeto do gasoduto “Power of Siberia 2”. O gasoduto proposto transportaria gás russo através do território mongol até a China. Se construído, poderá trazer benefícios económicos significativos para a Mongólia.
Os dois países assinaram um acordo de investimento conjunto em centrais eléctricas a carvão. Também registaram progressos nos planos para uma pequena central nuclear na Mongólia. Putin prometeu considerar o fornecimento de gás aos clientes mongóis.
O Gambito Mongol de Putin: Desafiando o Direito Internacional e Remodelando a Geopolítica
A Mongólia foi criticada por acolher Putin sem o prender. A Ucrânia apela à Mongólia para que cumpra as suas obrigações no TPI. A União Europeia manifestou preocupação com as possíveis consequências jurídicas para a Mongólia.
Esta situação realça os desafios enfrentados pelos pequenos países presos entre grandes potências. A Mongólia há muito que segue uma política de “terceiro vizinho” para equilibrar as suas relações. No entanto, as suas realidades geográficas e económicas limitam as suas opções diplomáticas.
A visita de Putin à Mongólia sublinha a tensão entre o direito internacional e a geopolítica. Mostra os esforços da Rússia para manter a influência global, apesar dos esforços de isolamento ocidentais. O evento levantou questões sobre a capacidade do TPI de restringir atores poderosos.
Enquanto o mundo observa, o comportamento da Mongólia na visita de Putin poderá ter consequências de longo alcance. Isto pode afectar a posição do país na comunidade internacional. O resultado desta caminhada diplomática na corda bamba permanece incerto.)
O Gambito Mongol de Putin: Desafiando o Direito Internacional e Remodelando a Geopolítica