De 4 a 6 de setembro, Pequim sediou a cúpula do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) de 2024.
O evento marca a maior reunião diplomática da China desde a pandemia da Covid-19. Atraiu mais de 50 líderes africanos, destacando a sua importância.
A cimeira destacou a lacuna de financiamento de infra-estruturas em África, estimada pelo Banco Africano de Desenvolvimento entre 130 mil milhões e 170 mil milhões de dólares anuais.
Desde a sua criação em 2000, FOCAC Houve uma mudança do foco na dívida e nas infra-estruturas para o comércio e o investimento sustentáveis.
A cimeira de 2021 em Dakar marca esta mudança, influenciada pelas mudanças económicas na China e por um abrandamento nos mercados globais de matérias-primas.
O novo financiamento da China em 2024 totaliza 4,61 mil milhões de dólares para 13 projetos. Esta abordagem cautelosa centra-se em projectos pequenos e de baixo risco para promover o desenvolvimento sustentável.
Apesar dos cortes de financiamento, a China continua a ser o principal parceiro comercial de África, com o comércio bilateral a atingir 167,8 mil milhões de dólares no primeiro semestre do ano.
Os desafios económicos levaram os líderes africanos a pressionar por uma reestruturação significativa da dívida, embora a China tenha historicamente preferido o alargamento da dívida.
Em Pequim, as conversações estratégicas destacaram projectos específicos, como um investimento de 281 milhões de dólares em estradas rurais no Quénia e planos para reabilitar a ferrovia Tajara, que é fundamental para as exportações de cobre da Zâmbia através da Tanzânia.
A renovação da ferrovia, no valor de mil milhões de dólares, é crucial à medida que a procura global por minerais, tecnologia e energia verde continua a crescer.
Líderes africanos procuram investimento na maior cimeira da China desde a pandemia
Os críticos temem que a dívida da China possa criar uma armadilha da dívida. No entanto, os países africanos estão ansiosos por resolver os défices de infra-estruturas para impulsionar o crescimento económico, concentrando-se na mineração e na agricultura para aproveitar os seus abundantes recursos naturais.
A estratégia de financiamento da China evoluiu, favorecendo compromissos calculados e sustentáveis. Enfatiza a gestão contínua de projectos e o desenvolvimento sustentável, alinhado com os objectivos da Zona de Comércio Livre Continental Africana.
O sucesso na gestão do investimento chinês varia entre os estados africanos, sendo a participação da China vista como uma estratégia estratégica.
Esta estratégia reflecte as aspirações globais da China e a busca de África por um crescimento equilibrado num contexto de mudanças na economia global.
A Cimeira do FOCAC de 2024 mostra a dinâmica de mudança entre a China e África, enfatizando os benefícios mútuos e a prosperidade partilhada.
Dado que ambos os lados enfrentam desafios económicos e geopolíticos globais, este enfoque visa navegar e aproveitar estas complexidades para o sucesso colaborativo.