Em agosto, a Amazônia registrou impressionantes 38.266 incêndios florestais, mais que o dobro dos números do mesmo mês do ano passado e marcando o maior número desde 2010.
Os especialistas associaram este aumento à actividade humana, à desflorestação ao longo dos anos, às alterações climáticas e a padrões climáticos extremos, como o El Niño.
Desde 2023, os cientistas notaram uma tendência estranha: embora os alertas de desmatamento tenham diminuído 50%, a área queimada aumentou 36%. Este conflito destaca outros factores de influência, particularmente relacionados com o clima.
De acordo com relatório do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, a Amazônia vem passando por secas extremas e altas temperaturas, além de uma curta estação chuvosa, o que alimentou os incêndios.IPAM)
Este ano, a estação seca começou em Maio, em vez de Junho ou Julho, provocando mais incêndios. O pico desses incêndios ocorre em dois períodos: o primeiro, de janeiro a março, no norte da Amazônia, impulsionado pelas condições climáticas.
Um segundo pico ocorre em julho e agosto, quando 67% dos incêndios consomem terras anteriormente desmatadas. Refere-se tanto às queimadas descontroladas na agricultura como aos incêndios criminosos para especulação imobiliária.
Os anos eleitorais normalmente aumentam os sentimentos de anarquia, perturbando as políticas ambientais com incêndios e atividades de desmatamento na Amazônia. Este caos é agravado pelas mudanças nos padrões climáticos.
Os grileiros costumam usar estrategicamente o fogo para limpar grandes terras federais não designadas, que são então convertidas em pastagens.
Desmatamento na Amazônia
Apesar dos altos custos de desmatamento, de R$ 2.000 a R$ 3.000 por hectare, o fogo continua sendo uma forma econômica de desmatar e reivindicar essas terras. Nos últimos anos, assistimos a mais de 50% de desflorestação nestas florestas públicas.
O governo está designando 6 milhões de hectares para uso oficial na Amazônia legal, uma fração dos cerca de 56,5 milhões de hectares de terras florestais federais não designadas.
A seca persistente de 2023, que deverá intensificar-se este ano, reflecte os duros efeitos do aquecimento global.
Estes efeitos incluem o aumento da temperatura dos oceanos e os efeitos do El Niño. Esses fatores contribuem para secas sem precedentes e altas temperaturas em toda a Amazônia.
O desmatamento contínuo degradou 18% do bioma, reduzindo a capacidade da floresta de capturar chuva, umidade e carbono. As mudanças no clima e no uso da terra, impulsionadas pela atividade humana, são fundamentais para o aumento dos incêndios florestais.
Imagens de satélite mostram que o fumo destes incêndios coincide com as principais autoestradas da Amazónia, sublinhando os custos ambientais das práticas de desenvolvimento.
Em resposta, os governos federal e estadual estão intensificando os esforços de combate a incêndios ao longo destas rotas críticas. Eles visam aliviar esta crise crescente.