Numa mudança política significativa, as autoridades fiscais sul-africanas introduziram um imposto adicional sobre o valor acrescentado (IVA) sobre compras importadas de baixo valor.
A partir de 1º de setembro, este novo IVA de 15% será aplicado além do imposto existente de 20%.
A combinação surge na sequência de um teste temporário de retalho realizado pelo retalhista chinês de fast-fashion Shin, em Joanesburgo, que terminou há apenas algumas semanas.
De 2 a 11 de agosto, a loja pop-up de Shein na África, no shopping, atraiu grandes multidões, ansiosas por pechinchas da moda, como tops de US$ 5 e vestidos de US$ 10.
Este evento destaca um forte contraste entre o desejo dos consumidores por roupas acessíveis e os objetivos dos legisladores locais e das empresas concorrentes.
À semelhança dos acontecimentos recentes no Brasil, o governo sul-africano está a tomar medidas para nivelar as condições de concorrência. No Brasil, o governo impõe um imposto de importação de 20% sobre compras de até US$ 50.
A partir de julho de 2023, introduzirá 17% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). África do SulAs suas medidas visam alcançar um efeito semelhante.
Apesar da indignação dos consumidores, a medida fiscal conta com o apoio dos varejistas nacionais. Argumentam que as isenções fiscais sobre importações de baixo custo criaram uma vantagem competitiva injusta para os vendedores internacionais, especialmente os da China.
Esta mudança de política reflecte uma tendência mais ampla de os países reavaliarem as suas estratégias fiscais O objectivo é proteger as empresas locais dos efeitos perturbadores dos produtos importados baratos.
Em suma, encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento das indústrias nacionais e a manutenção dos bens de consumo acessíveis tem sido um desafio constante para os decisores políticos em todo o mundo.