Os jornais O GLOBO e Valor e a Rádio CBN iniciaram investigação com os principais candidatos a prefeito de Belo Horizonte, Rio e São Paulo. Os cinco primeiros colocados iniciam a série esta semana na prova da capital mineira: Bruno Engler (PL) participou nesta quarta-feira (4).

Fuad Noman (PSD), atual autarca, foi entrevistado esta terça-feira. Mauro Tramonte (Republicano) iniciou uma série de entrevistas nesta segunda-feira. Duda Salabert (PDT) será interrogada na quinta; e Carlos Viana (Podemos), completando a lista de entrevistados desta sexta-feira.

As entrevistas são transmitidas ao vivo pela rádio e pelos sites e redes sociais dos três veículos. Os eleitores também podem encontrar informações por meio de relatórios e análises de reuniões. No total, serão três semanas de audiências presenciais, com início às 10h30 e duração aproximada de uma hora.

Em todas as capitais, as investigações serão conduzidas por jornalistas e colunistas dos três veículos. Na capital mineira, os candidatos serão entrevistados pelas colunistas do GLOBO e da CBN Bela Megale e Renata Agostini.

Bruno Engler participa de investigações da CBN, O GLOBO e Viram — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A equipe do Fato ou Fake verificou as principais declarações de Bruno Engler. Ler:

“Esse negócio de ônibus aqui em Belo Horizonte é um legado do governo petista. Isso foi feito quando as luzes se apagaram durante o contrato de 20 anos do governo Fernando Pimentel.

Declaração #FACT. Veja por quê: O atual Convênio Rodoviário de Belo Horizonte foi assinado em novembro de 2008, durante a gestão do ex-prefeito Fernando Pimentel (PT), que exerceu o cargo de 8 de novembro de 2001 a 1º de janeiro de 2009. A oferta expirou com quatro consórcios formados por 40 empresas. Já em funcionamento na cidade, cada um com valor específico deverá atender 20 anos do transporte público municipal.

O maior valor do contrato ficou com o consórcio BH Leste, que previa lucro de mais de R$ 4,8 bilhões. No total, os quatro consórcios poderão receber mais de R$ 16,3 bilhões até 2028, quando a oferta atual deverá terminar.

Em 2008, a tarifa da maioria das linhas de ônibus da cidade era de R$ 2,10. Atualmente, a tarifa coletiva em Belo Horizonte (BH) é de R$ 5,25, aprovada em dezembro de 2023, quando a passagem custará R$ 4,50. O reajuste afetou quase metade das linhas da cidade, respondendo por 43,6% do total.

“Nos últimos 20 anos foram gastos quase R$ 1,5 bilhão para limpar a Lagoa (Pambulha). O atual prefeito renovou o contrato da empresa que limpa a Lagoa desde 2015 e ela está suja. sem licitação e contra o relatório do Ministério de Relações Públicas.”

# Bom. Veja por quê: No início de 2024, a Prefeitura divulgou novo edital isentando-a de licitar outro contrato com o Consórcio Pambulha Viva no valor de R$ 22,5 milhões para serviços especializados de tratamento de água em Lagoa. O consórcio é formado pelas mesmas três empresas que prestam esse serviço na lagoa desde 2015. Este acordo, por sua vez, Não é alvo de críticas do ministério público. A Prefeitura disse ainda que apenas empresas consorciadas oferecem esse tipo de serviço, eliminando a necessidade de concorrência.

Investigação do jornal “O Tempo” constatou que entre 2002 e 2022 a Prefeitura de Belo Horizonte e a Copasa (Companhia de Saneamento) gastaram R$ 1,44 bilhão na limpeza da Lagoa da Pampulha. Esse valor foi levado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CBI) e pelo MP de Lagoa da Pambula na Câmara Municipal da capital mineira.

Em 2022, o Ministério Público e o Ministério de Contas Públicas de Minas Gerais recomendaram a suspensão do acordo sobre o contrato de remoção de solo de Lagoa. .

O contrato foi inicialmente fechado, válido até setembro de 2023, e tem valor de R$ 15 milhões. Ainda assim, em 2022, foi anulado e um inquérito foi aberto pelos deputados para investigar possíveis irregularidades.

“Há dados da Sociedade Mineira de Pediatria que mostram que metade das UBS de Belo Horizonte não tem pediatra”.

Declaração #FACT. Veja por quê: Em nota de maio de 2023 publicada no site da Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), Belo Horizonte tem 152 unidades básicas de saúde, mas apenas 78 delas contam com pediatras, afirma o órgão. O último concurso geral da Câmara Municipal foi realizado em 2021 e aprovado em 2022. Dessas, foram oferecidas 11 vagas para pediatras, sendo 6 para UBS.

Segundo a SMP, os dados foram discutidos com a Secretaria Municipal de Saúde, com a presença da então secretária Claudia Navarro, da presidente da sociedade, Marcia Benito, e de representantes do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG). .

“Hoje temos cerca de 1.600 crianças aguardando para serem inseridas na educação infantil”.

Declaração #FACT. Veja por quê: Segundo dados disponíveis no site de transparência da Prefeitura de Belo Horizonte, há atualmente 1.443 nomes na lista de espera de crianças para serem inseridas na educação infantil.

No estado de Minas Gerais, 63,4 mil crianças aguardam vaga na educação infantil, segundo estudo publicado em agosto pela Secretaria de Efetividade da Educação (Gaepe-Brasil) e pelo Ministério da Educação (MEC).

“Tive 14% dos votos aqui (em Belo Horizonte), embora não fosse conhecido pela maioria da população. (…) Recebi mais votos para deputado em Belo Horizonte em 2022 do que para prefeito em 2020.

Declaração #FACT. Veja por quê: Em 2020, quando concorreu pela primeira vez à prefeitura de Belo Horizonte, Bruno Engler obteve 123.215 votos, 9,95% do eleitorado total. Ele ficou em segundo lugar na eleição, atrás de Alexandre Khalil (sem partido), que venceu com 784.307 votos, o equivalente a 63,36%, e serviu como prefeito até 2022, quando deixou o cargo para concorrer ao governo do estado.

Em 2022, quando foi eleito vice-presidente federal, Bruno Engler teve 187.741 votos só na cidade de Belo Horizonte, um aumento de 64.526 eleitores. Esse total corresponde a 13,93% dos votos na capital mineira, o que seria de 14%. Este ano, o deputado obteve o maior número de votos na cidade e foi vice-presidente do estado.

“Queremos trazer exames de pré-eclâmpsia e eclâmpsia que fazem parte do pré-natal que a Prefeitura não oferece”.

# Bom. Veja por quê: A Rede Municipal de Saúde de Belo Horizonte não oferece exame específico para identificar os quadros de pré-eclâmpsia e eclâmpsia, duas doenças relacionadas à pressão arterial. Porém, segundo a Prefeitura de Minas Gerais, o diagnóstico pode ser feito por exames laboratoriais (proteinúria em amostra isolada ou urina de 24 horas, hemograma completo, transaminases, creatinina) e de imagem (ultrassonografia obstétrica e Doppler materno-fetal). . “Todos esses exames estão disponíveis na rede SUS-BH e são realizados de acordo com a indicação médica de cada gestante”, garante a prefeitura de Belo Horizonte em nota.

“O plano diretor anterior tinha um coeficiente de construção que variava de 1,2 a 2,7, e ele (Alexandre Galil) colocou um coeficiente de 1 para toda a cidade”.

Declaração #FACT. Veja por quê: O fator de utilização base define a capacidade construtiva que pode ser livremente utilizada por uma empresa pública ou privada, multiplicada pela área do terreno. O novo Plano Diretor de BH aprovado em abril de 2023 reduziu esse coeficiente. Anteriormente, de acordo com o plano aprovado em 1996, as diferentes partes da cidade variavam de 1,2 a 2,7. Agora, o coeficiente é de apenas 1 para toda a cidade, excluindo as ecorregiões. Na prática, uma construtora só pode construir um paisagismo uma vez e, para construir, precisa adquirir capacidade construtiva, obras de alto custo, como prédios e estruturas.

Para além das áreas ambientais, a decisão de definir um coeficiente base único e único visa equalizar os direitos de propriedade urbana e é fundamental para gerir a valorização dos terrenos urbanizados e distribuir equitativamente os encargos e benefícios da densidade, defende a Câmara Municipal. da cidade. Outro argumento é que a técnica de trabalhar com coeficiente de aproveitamento 1,0 é difundida em outras capitais brasileiras e outras cidades do mundo com possibilidade de superá-lo de acordo com a capacidade de suporte.

“A primeira coisa que você precisa para resolver o problema dos moradores de rua é entender o problema. É ridículo termos cinco mil ou mais moradores de rua. pessoas que existem em BH e como ela vai trabalhar para resolver o problema?” “

# Bom. Veja por quê: Não há consenso sobre o número de moradores de rua em Belo Horizonte. Existem dois estudos que utilizam critérios diferentes nesta população, portanto há diferenças nos dados.

O Observatório Brasileiro de Políticas Públicas para a População em Situação de Rua (OBPopRua) extrai dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (CadÚnico) – banco de dados de acesso a benefícios sociais do governo federal, atualizado pelas prefeituras. , por meio dos chamados CRAS (Centros de Referência de Assistência Comunitária).

De acordo com a última pesquisa da OBPopRua, de julho deste ano, 13.626 pessoas vivem nas ruas de Belo Horizonte.

Enquanto isso, o Censo Bob Rua 2022 — realizado em parceria com a Prefeitura e a Faculdade de Medicina da UFMG — indica que há 5.344 moradores de rua Na capital mineira.

A pesquisa foi realizada entre 19 e 21 de outubro de 2022 e divulgada em junho deste ano. A definição de pessoa em situação de rua é semelhante à estabelecida pela Política Nacional sobre a Situação de Rua. A pesquisa também contabiliza pessoas que vivem em moradias melhoradas, segundo conceito utilizado pelo IBGE.

Foram excluídos da contagem aqueles que se recusaram a participar do censo e não puderam consentir com a pesquisa, por exemplo, por estarem sob efeito de drogas ou terem transtornos mentais graves. A taxa de recusa foi de 18,7%.

Procurada, a prefeitura disse: “Os dados divulgados por algumas organizações de mais de 10 mil pessoas em situação de rua consideram informações de Katniko, que incluem todos os cadastros já realizados ou não atualizados no município. Ou seja, considera o histórico de pessoas que já passaram por essa situação ou que já passaram pelo município, e não a situação atual.

O município explicou ainda que os resultados do censo foram “verificados externamente por outras bases de dados, como os dados de vacinação da população em situação de rua durante a epidemia”.

Participaram deste experimento: Daniel Piazzetto, Giovanna Durez, Lucas Guimarães, Rita Acevedo, Pedro Bonnenberger, Fernanda Alves, Rodrigo Salgado e Letícia Davar.

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