A recente demissão dos secretários da Polícia Civil e da Defesa Civil pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), trouxe novas tensões dentro do Palácio Guanabara e marca mais um capítulo na rivalidade entre ele e o vice-governador Thiago. Bambolha (MDB).
Na segunda-feira (2), Castro demitiu Marcus Amim e Leandro Monteiro, chefes da Polícia Civil e da Defesa Civil, respectivamente. Nos bastidores, um coronel do Corpo de Bombeiros foi demitido, visto como retaliação a Bombola – os dois são próximos.
Castro e Pambola se separaram desde o final do ano passado. O distanciamento começou quando o Governador suspeitou que o Vice-Chanceler conspirava contra ele. A relação começa a se deteriorar devido à insegurança do cacique Guanabara quando seu companheiro trama contra ele.
Bambolha quebrou uma vez ao deixar o então partido União Brasil e se transferir para o MDB. Castro não foi informado do movimento e não gostou da surpresa. O conflito terminou quando o governador afastou o vice-chanceler da secretaria de meio ambiente. Desde então, o protesto se intensificou e governantes já ameaçaram abrir um processo no Ministério Público contra o chefe da administração fluminense.
O ponto de atrito mais recente, desta vez, foi uma reunião entre o presidente do Legislativo do Rio (Allerge), Rodrigo Baceller, e Pambola, um dos principais palestrantes do governo do estado. Segundo interlocutores, Castro não gostou do encontro e essa irritação levou à demissão do secretário de Defesa Civil.
Procurada, Pambolha disse que a demissão de Montero foi “muito irresponsável”, já que o Rio vive a pior crise do estado devido aos incêndios florestais.
“É muito irresponsável no sentido técnico. Vivemos a pior crise ambiental do estado e, na gestão de Montero, havia uma estratégia clara de combate aos incêndios florestais. o comando é perdido. Isso claramente afeta sua distribuição”, disse o vice-governador ao veterano.
Monteiro foi substituído por Tarciso Antonio de Salz Jr., coronel do Corpo de Bombeiros.
Além de chefe da Defesa Civil, Monteiro também atuou como uma espécie de bombeiro para amenizar as tensões entre Castro e Pambolha. O atual ex-secretário é próximo tanto do governador quanto do vice-presidente e serviu de ponte entre os dois. Bambola disse:
“Essa demissão é mais uma prova de que não cabe ao governador reconhecer o bom trabalho, a amizade, a gratidão etc. Esses são os fatores que você não percebe. Ele acha fácil rejeitar seus aliados.
O governador não respondeu às perguntas quando contactado até a conclusão deste relatório.
Quanto à demissão de Amim, fontes próximas a Castro justificaram a medida pela deterioração da relação entre o governador e o ex-secretário. Ao jornal “O Globo”, o presidente da Guanabara disse que a demissão se deu “devido ao grande aumento da violência, agravamento dos índices”. Ele disse ainda que a mudança no comando da Polícia Civil pela quarta vez em quatro anos foi uma “correção de rumo”.
Recomendado por Ameem Bacheller. Para não criar desconforto ao líder do Alergia, Castro informou que demitiria o mandatário. O ex-secretário também foi informado antes do anúncio da demissão.
No lugar de Amim, foi escolhido Felipe Curie, chefe da Delegacia de Homicídios. Segundo associados familiarizados com as negociações de transição, a escolha do novo secretário recebeu aprovação de bacharéis e é um nome consensual entre diversos grupos políticos do estado.