O serviço de mensagens Telegram removeu determinados conteúdos pornográficos após um pedido do regulador de mídia da Coreia do Sul, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap na terça-feira, 3 de setembro.
No final de agosto, a mídia sul-coreana Hankyoreh alegou que estudantes universitários administravam um grupo de discussão no Telegram onde circulavam deepfakes pornográficos de suas colegas de classe, um caso que causou um escândalo.
A polícia sul-coreana anunciou na segunda-feira que abriu uma investigação contra o Telegram, do qual acusa“encorajar” divulgação de tais conteúdos pornográficos falsos utilizando, em particular, imagens de menores. Deepfakes pornográficos são montagens geradas com inteligência artificial onde os rostos das pessoas são colados sobre imagens ou vídeos sexuais.
“Telegram também pediu desculpas”
Seguindo um pedido do órgão regulador, a Comissão Coreana de Padrões de Comunicação (KCSC), o aplicativo Telegram anunciou que havia excluído 25 conteúdos – entre vários milhares – que apresentavam exploração sexual, informou a agência Yonhap na terça-feira.
“O Telegram também pediu desculpas pela má comunicação sobre o assunto e forneceu um endereço de e-mail dedicado para comunicações futuras com o regulador de mídia”.Yonhap acrescentou, citando KCSC.
O crime online é galopante na Coreia do Sul, segundo ativistas, incluindo a exploração de câmaras espiãs e a publicação de conteúdo pornográfico privado partilhado sem consentimento como vingança. Após o anúncio de uma investigação policial na Coreia do Sul, o serviço de mensagens Telegram garantiu na segunda-feira à Agência France-Presse que “monitorou ativamente conteúdo prejudicial em sua plataforma, incluindo pornografia ilegal”.
A investigação aberta pela polícia de Seul ocorre após a prisão, em 28 de agosto, na França, do chefe do Telegram, Pavel Durov. Depois de quatro dias sob custódia policial, o bilionário foi libertado, mas está sujeito a rigorosa supervisão judicial, incluindo a proibição de sair do território francês. Segundo o Ministério Público de Paris, ele é particularmente acusado de “recusa em divulgar informações necessárias para escutas telefônicas autorizadas por lei” e ajudar e encorajar crimes e crime organizado através da plataforma.